MUDANÇAS NA PROGRAMAÇÃO DA TV BRASILEIRA
Em busca de melhores índices de audiência, a televisão brasileira passa por uma profunda remodelagem na programação e aposta em formatos de sucesso da TV por assinatura e na produção própria de seriados e reality shows.
Após o carnaval, as emissoras de TV brasileira lançam uma gama de novos formatos e títulos que comporão a programação do ano todo. Os programas que lideravam a audiência perdem espaço para os reality shows e as séries. As telenovelas eram quase imbatíveis em audiência e seus horários eram os mais disputados, conseqüentemente se tornavam caros para a veiculação de publicidade. Apesar de ainda terem um grande público cativo, as telenovelas nos últimos 4anos registram quedas graduais. Temos como exemplo a novela Alma Gêmea (2005), transmitida no horário das seis detinha em média 38,6 pontos, enquanto a Negócio da China (2008/2009) não passava dos 27 pontos.
Um dos motivos que levaram as novelas a perderem seus telespectadores foi, a mudança de comportamento do público, que se tornou mais exigente. O telespectador quer ser surpreendido e não aceita antigos padrões que pecam quando fogem da realidade. “A novela tem um processo de produção mais desgastante. Na maioria das vezes, é preciso trabalhar com a mesma temática e o mesmo elenco durante um ano ou mais, e isso limita bastante a inovação do enredo”, explica Alexandre Avancini, diretor geral de dramaturgia da Rede Record.
Com a popularização da internet, os jovens têm maior variedade de entretenimento e estão cada vez mais desinteressados nas novelas, uma vez que buscam alternativas dinâmicas e interativas de lazer, deixando, muitas vezes, de assistir à televisão. A audiência também passou a ser compartilhada com as músicas e vídeos da internet, com os filmes em DVD e com a programação da TV por assinatura. Segundo dados de 2008 da Associação Brasileira de TV por Assinatura (Abta), houve um crescimento de 12,7% em comparação a 2007, chegando a 5,5 milhões de domicílios no Brasil.
Quem chega com muita velocidade nas telinhas são as séries. Repaginadas e prontas para novos desafios, seja no canal aberto ou fechado. Aproveitando o interesse contínuo do público as emissoras investem nesse entretenimento que agrada em cheio, principalmente o público de canal fechado. As emissoras perceberam essa nova tendência mercadológica que vem do exterior e que faz com que as pessoas se interessem mais por elas. O sucesso das séries estrangeiras é um reflexo de um mercado mais internacionalizado. O mercado brasileiro vem acompanhando essa tendência através de um dos maiores produtores de seriados, desde a década de 1980, dos Estados Unidos lideram essa produção mundial.
A produção própria de seriados também é outra aposta das emissoras do país. Apesar de necessitarem de grandes recursos financeiros e de tecnologia avançada, ela tem se mostrado uma alternativa para adequar o conteúdo dos programas à realidade da população brasileira. A Rede Record, por exemplo, tem apostado nesse novo mercado e obtendo altos ganhos de audiência, elevando a qualidade técnica e intelectual da emissora. Os programas são voltados para as classes C, D e E, mostrando a essência de cada uma de acordo com a realidade, sua abordagem é focada principalmente na vida nas favelas e o tráfico de drogas.
A pioneira das séries nacionais, a Rede Globo, investe cada vez mais em programas humorísticos, mas de olho na concorrência, já elabora séries voltadas para as questões cotidianas, que retrata a realidade dos morros do Rio de Janeiro. As produções brasileiras não deixam nada a desejar com relação às feitas no exterior. A recíproca é verdadeira, as emissoras estrangeiras já exportam seriados brasileiros.
A transposição de um seriado da TV aberta para os canais fechados tem o objetivo de agregar audiência de novos públicos, já que, em função do menor custo e da conseqüente popularização da TV paga, esta passa a carecer de diversificação de conteúdos para agradar diferentes perfis de potencial. Quanto maior o contingente, maior a diversidade de preferências oriundas do público de canais abertos.
Para uma produção cinematográfica fazer sucesso não existe regras, no caso específico do Brasil, há uma identificação do telespectador com nomes que estão habituados a ver no dia-a-dia da programação televisiva. O mesmo não se pode dizer dos reality shows, seus protagonistas são na maioria das vezes,totalmente desconhecidos, mas por destacarem realidades existentes no dia-a-dia do país,esse formato também caiu na programação televisiva.
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